MARKET STATUS
PORTUGAL'S ECONOMIC SCENARIO AND GLOBAL RISKS
Portugal’s economic outlook remains positive. Growth is forecast to be above the EU average for the next three years, inflation is close to 2% and the labour market is robust. The labour market continues to surprise with higher-than-expected job creation, with an unemployment rate of 6.4%. With growth accelerating and labour shortages in some sectors (particularly construction), it is expected to remain close to or below this figure. Immigration will continue to contribute to labour supply. Real wage growth was over 3% at the end of 2024, boosting domestic demand.
Portugal saw its external debt fall and the current account balance recorded a surplus of 2.2% in 2024. Foreign direct investment reached around 70% of GDP, factors that certainly contributed to Standard & Poor’s upgrading its credit rating to “A”.
However, geopolitical and trade uncertainty could affect the near future. The prolongation of the war in Ukraine, the reform of the debt brake in Germany (bond yields have risen), the new EU defence programme, the looming trade “war” with the US due to the imposition of tariffs by the US (where consumer confidence has fallen and the trade deficit has increased); these will all contribute to affecting growth, inflation and adding instability to financial markets.
In the coming months, it will be crucial to observe the EU’s ability to mobilise funds, how countries and markets will react to the imposition of tariffs by the US, what changes there will be to US fiscal policy and how flexible central banks will be in controlling inflation (ECB meeting on 17 April with the expectation of one more cut before a pause in the cuts).
Sources: INE, BdP, BPI research, Eurostat, yahoo finance; ECB, turismo de Portugal
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"O DIREITO À CIDADE E O PLANEAMENTO ESTRATÉGICO URBANO: CONSTRUINDO ESPAÇOS URBANOS PARA TODOS"
O direito à cidade é um conceito essencial para o desenvolvimento de sociedades mais justas, equitativas e sustentáveis. Mais do que um mero princípio teórico, trata-se de uma necessidade real diante das desigualdades que marcam o espaço urbano. A cidade não pode ser apenas um aglomerado de infraestruturas e edifícios; ela deve ser um ambiente de convivência, oportunidades e inclusão. No entanto, a lógica de crescimento baseada na especulação imobiliária e na privatização de espaços públicos tem restringido o acesso de muitos aos benefícios da vida urbana, tornando a cidade um privilégio para poucos.
Nos últimos anos, o processo de gentrificação tem acelerado essa exclusão, forçando populações de baixos rendimentos a deixarem os centros urbanos devido ao aumento do custo de vida. Essa realidade não afeta apenas aqueles que são deslocados, mas compromete o tecido social das cidades, eliminando a diversidade e transformando bairros em zonas homogéneas, voltadas apenas para uma parcela privilegiada da população. O resultado é um ambiente urbano fragmentado, onde a segregação social se torna cada vez mais evidente.
Além disso, a crise climática impõe desafios adicionais. O crescimento desordenado, a falta de planeamento sustentável e a ausência de infraestruturas adequadas aumentam os impactos ambientais e reduzem a qualidade de vida. A resposta a esses problemas exige políticas urbanas comprometidas com a sustentabilidade, garantindo que o desenvolvimento das cidades esteja alinhado com a preservação do meio ambiente.
Nesse contexto, o planeamento estratégico urbano surge como uma ferramenta essencial para enfrentar os desafios socioeconômicos e territoriais. Conforme destacado por Isabel Guerra, o planeamento das cidades deve ir além da simples organização do espaço físico e integrar políticas sociais, econômicas e ambientais. Ele precisa ser concebido como um processo participativo, no qual a ação coordenada entre governo, sociedade civil e setor privado garanta que as cidades sejam planeadas de forma inclusiva e orientadas para o bem comum.
A globalização e a competitividade entre territórios têm moldado as estratégias de desenvolvimento urbano, tornando cada vez mais evidente a necessidade de abordagens inovadoras. O planeamento urbano não pode ser apenas uma resposta técnica aos problemas urbanos; ele deve estar alicerçado em princípios que promovam a equidade, a sustentabilidade e a coesão social. Isso significa investir em habitação acessível, transporte público eficiente e proteção dos espaços públicos, garantindo que todas as pessoas tenham acesso à cidade e às oportunidades que ela oferece.
Outro aspeto central é a mobilidade urbana. Cidades que dependem excessivamente do transporte individual tornam-se mais congestionadas, poluídas e ineficientes. Investir em transporte público de qualidade, criar ciclovias e promover alternativas sustentáveis de deslocamento são medidas essenciais para melhorar a acessibilidade e reduzir os impactos ambientais. Além disso, a valorização dos espaços públicos, como parques, praças e áreas de lazer, contribui para a construção de uma cidade mais democrática, onde todos têm o direito de usufruir do espaço urbano.
A transformação das cidades não pode depender apenas da ação governamental. A sociedade civil, os movimentos sociais e as organizações comunitárias desempenham um papel fundamental na reivindicação e implementação dessas mudanças. O direito à cidade não se trata apenas de uma luta por moradia ou infraestrutura, mas de um movimento por justiça social, sustentabilidade e dignidade para todos. Construir cidades mais justas não é apenas uma questão técnica, mas um compromisso coletivo que exige envolvimento, participação e vontade política. Preços acessíveis implicam custos de construção acessíveis.
Dessa forma, garantir o direito à cidade e promover um planeamento estratégico eficaz significa muito mais do que reformular políticas urbanas; é uma mudança de paradigma que coloca as pessoas no centro das decisões sobre o espaço que habitam. As cidades do futuro devem ser planeadas para servir a todos, e não apenas a uma elite econômica. Para que isso se torne realidade, é necessário transformar a maneira como encaramos o desenvolvimento urbano, priorizando a equidade, a inclusão e o respeito ao meio ambiente. Somente assim poderemos construir cidades verdadeiramente democráticas, onde cada cidadão tenha a oportunidade de viver com dignidade e pertencimento.
Nuno Santos, Asset Manager
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April 2025