CONJUNTURA
"AS
TAXAS DE JURO E A
INFLAÇÃO"
Desde finais de 2021 mas essencialmente no inicio deste ano que as taxas Euribor começaram a subir, uma evolução que aumentou de velocidade depois do eclodir da Guerra na Ucrânia, que simultaneamente fez disparar a inflação.
Assim, a taxa EURIBOR a 12 meses já está positiva e aproxima-se de 0,5% (mais concretamente 0,417% em 01/06/2022), e a EURIBOR a 6 meses (taxa muito utilizada na indexação das rendas dos empréstimos á habitação) está cada vez perto de atingir terreno positivo, o que terá como consequência uma inevitável aumento das rendas/prestações dos empréstimos/créditos á habitação taxa variável.
Por seu lado, a inflação na Zona Euro também está a subir, e as últimas estimativas do Eurostat apontam para uma inflação em Maio na ordem dos 8,1%, isto é 0,7 pontos percentuais acima do registado em Abril (7,4%).
Como forma de combater ou atenuar este efeito inflacionista, começam a surgir várias vozes por toda a Europa, no sentido de aplaudirem a subida das taxas de juro. Os Estados Unidos forma os primeiros a iniciar essa correção das taxas de juro mas o BCE têm resistido, apesar das crescentes pressões sque se fazem sentir.
Nesse sentido, a presidente do BCE, Chistine Lagarde, já confirmou que a taxa de juro diretora vai subir já em Julho, naquele que será o primeiro aumento nos últimos 11 anos, e o seu Economista-chefe, Philp Lan, apontou para que esta primeira subida das taxa de juro seja de 25 pb. (basis points.
Também o Governador do Banco da Áustria e membro do Conselho do BCE acredita que esta subida “enviaria um sinal claro” no combate á inflação.
No mesmo sentido se pronunciou o chefe do Banco Central da Holanda (Netherlands), Klaas Knot, ao afirmar que admite um aumento maior das taxas de juro, se a subida generalizada dos preços assim o justificar. Disse ainda que um apasso lógico seria aumentar as taxas de juro até 0,5 p.b, posição tão corroborada pelo governador do Banco austríaco, situação que ajudaria ainda a apoiar a taxa de câmbio do euro, visto que este desvalorizou cerca de 8% face ao dólar, e um Euro fraco não é útil perante a inflação
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
i. Gestão Corrente
ii. Conquistas
Foi encerrado mais um projecto: Vagos 53
Vagos
53
Capital 141.500€ | 10 Membros
TODOS
CONTAM
"BUILD
TO RENT"
O COVID-19 veio alterar a forma como vivemos e trabalhamos. Se numa primeira fase, o que predominou foi o medo e uma visão catastrófica do que iria acontecer no imobiliário, com o passar do tempo, prevaleceu a ideia que afinal não ia ser assim tão catastrófico como inicialmente projetado; o medo deu lugar à cautela. O imobiliário continua a ser um dos poucos refúgios com retornos aceitáveis para investidores, numa época de taxas de juro baixas ou mesmo negativas.
Passado mais de um ano percebemos que o COVID-19, no setor imobiliário, serviu como um catalisador que permitiu dar um salto tecnológico. Agilizou processos, permitiu repensar o futuro e perceber o que é mais importante, mais valorizado e mais seguro. A pandemia fez com que a indústria imobiliária olhe para a sociedade de outra forma e se comece a preocupar duma forma mais séria com temas tais como o ambiente, a sustentabilidade, o bem-estar e como integrar estes temas nas suas estratégias. Os objetivos da união europeia para 2050 são um exemplo.
Na europa, com a pandemia, os investidores institucionais refugiaram-se no mercado residencial, nomeadamente no segmento senior living, residências para estudantes e no mercado de arrendamento de habitação multifamiliar (build to rent) . Optaram por uma rendibilidade segura, de menor risco e menor volatilidade.
A mobilidade urbana tem sido cada vez maior, a estrutura dos agradados familiares mudou e as necessidades das pessoas também. A possibilidade de criar um projeto de raiz desenhado em função das necessidades de um determinado segmento de utilizador (mas suficientemente flexível), vai permitir otimizar os custos (de construção e manutenção) e assim potenciar rendimentos futuros.
Portugal é um país de proprietários (77,3%), mas com o início da subida das taxas de juro, uma maior necessidade de utilização de capitais próprios na aquisição, com um parque habitacional envelhecido e de pouca eficiência energética; é de prever que o arrendamento continue a ganhar quota de mercado.
Cada vez mais o mercado residencial através de “amenities” está a oferecer ao cliente a experiência de um hotel, seja com a inclusão de piscina, ginásio ou espaços exteriores, ou com a inclusão de serviços como limpeza e lavandaria.
Um dos principais desafios para este tipo de projeto é a forma de financiamento. Existem cada vez mais alternativas ao financiamento bancário. Uma das formas de financiar este tipo de projeto seria através da tokenização. A transformação do ativo real em ativo digital, fragmentado em tokens, com uma rendibilidade associada.
Esta transformação do ativo físico em digital, vem permitir democratizar o investimento em ativos imobiliários que eram inacessíveis há algum tempo atrás, criar uma maior base de investidores e assim pensar em projetos cada vez maiores.
O imobiliário estava atrasado no que concerne ao digital, mas vai ser das indústrias que mais vai beneficiar com essa transição.
Nuno Santos, Asset
Manager
AGENDA DO
MÊS
Junho 2022