CONJUNTURA
Segundo o estudo “Portugal – Poupança e Inflação no contexto europeu” (Corum Investments Portugal/ BA&N Research Unit), os portugueses são os mais vulneráveis à crise que se vai instalar na Europa, em particular devido à má rentabilização das suas modestas poupanças.
Aparentemente em contraciclo vamos continuar a assistir ao aumento dos preços no imobiliário, na compra e venda dos segmentos de maior procura, e no arrendamento em geral, tornando mais aguda a crise habitacional no país.
Isso em consequência do contínuo aumento da Procura e a uma Oferta com um crescimento insipiente.
A falta de dinâmica na Oferta deve-se a vários factores. Os analistas destacam o aumento dos prazos de entrega e dos preços das matérias primas que estão a condicionar a actividade de construção civil, a falta de pessoal especializado no sector, dificuldades existentes nos processos de licenciamento municipais e finalmente a fraca capacidade de reação do tecido empresarial em parte pela imposição fiscal avassaladora existente, e pela dificuldade em conseguir linhas de financiamento.
Do outro lado, a Procura continua impulsionada pelo crescimento do Turismo e do investimento estrangeiro, em parte atraídos pelos vistos gold permitindo agora a pequenos investidores com 350 mil euros poderem obter residência em Portugal.
Segundo informação divulgada pelo Bloomberg, reformados e pessoas mais abastadas têm sido, tradicionalmente, os principais compradores de imobiliário na Europa, mas a tendência tem estado a mudar.
Habitações relativamente baratas – particularmente em cidade mais pequenas e vilas – e o aumento do trabalho remoto, tem tornado o continente europeu aliciante.
E a tendência está a aumentar com o interesse de novos migrantes, com relevo por exemplo dos Estados Unidos, em que os mais jovens, com fraco poder de compra, não têm possibilidades de comprar casa no seu país, e a Europa tornou-se um destino procurado.
O elevado custo de vida, preços de habitação inflacionados e a divisão política no país, são os principais motivos que os levam a querer fazer esta mudança. E o aumento do crime em alguns estados tem por outro lado levado os americanos a valorizar a maior segurança na Europa, atraídos também pelo Euro acessível, que está agora em paridade com o dólar americano pela primeira vez em 20 anos.
No período de abril a junho, a imobiliária Sotheby’s afirmou que aumentou em 40% os pedidos de americanos para se mudarem para a Grécia.
E em França e Itália, a demanda é a mais alta dos últimos 3 anos.
Portugal, Espanha, Itália, Grécia e França são os destinos mais populares para os cidadãos americanos que querem deslocar-se para Europa, com destaque para a Península Ibérica (Espanha tem a maior população americana da Europa, em crescimento contínuo).
De acordo com dados do SEF, o número de americanos a residir em Portugal subiu 45% em 2021, quando comparado com o ano anterior.
Para alem da pressão nos preços que esta Procura estrangeira vai continuar a ocasionar, os portugueses, com a taxa de inflação a aumentar (9,1% em julho – Fonte IPC), vão ver o seu poder de compra, que já não era significativo, ainda mais comprometido, temendo-se, a curto prazo, um impacto significativo para as famílias menos favorecidas.
Devido à pressão do investimento estrangeiro e do investimento em turismo de habitação, a oferta de habitação para arrendamento não tem aumentado.
Por outro lado os portugueses vêm a alternativa de optar por habitação própria cada vez mais difícil, uma vez que o Banco de Portugal e o sector bancário em geral apertaram os critérios de acesso ao crédito habitação, e porque o aumento das taxas de juro irá impedir muitos portugueses de conseguirem viabilizar a compra de casa própria.
Temos portanto uma tempestade perfeita que irá levar a um aumento da procura no sector do arrendamento habitacional, estimando-se que os preços dos arrendamentos venham a subir exponencialmente.
Em simultâneo vamos ver o número medio de habitantes por fogo a continuar a aumentar reflectindo a falta de oferta de habitação e deteriorando as condições de habitação de muitas famílias.
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
i. Gestão Corrente
ii. Conquistas
Foi lançado em catálogo e totalmente subscrito o projecto Alcabideche 66
Foram encerrados mais três projectos: Moita 45, Dunas 5 e Tulipas 109
Moita
45
Capital 44.500€ | 7 Membros
Dunas
5
Capital 90.000€ | 11 Membros
Tulipas 109
Capital 51.100€ | 9 Membros
AGENDA DO
MÊS
Agosto 2022