CONJUNTURA
"PRUDÊNCIA"
Com o fecho dos “números” de 2022, têm vindo a ser publicados vários dados relativos a 2022. O PIB cresceu mais do que o previsto (6,7%) em 2022 e no 4º trimestre a variação homóloga foi de 3,4%. Verifica-se um crescimento menos acentuado do consumo privado e uma diminuição do investimento.
A taxa de desemprego tem vindo a aumentar, se no 4º trimestre de 2022 estava nos 6,5%, em janeiro subiu para 7,1% sendo esta a percentagem estimada por parte do BdP do desemprego para 2023.
As medidas do BCE no controle da inflação com sucessivas subidas das taxas diretoras têm surtido efeito, são 4 meses seguidos em que a taxa de inflação tem vindo a diminuir, desde o pico em outubro de 10,1% chegamos a fevereiro com 8,2%. Por comparação a inflação na Zona Euro fixou-se em 8,6% em janeiro. Em março o BCE, muito provavelmente, irá subir novamente em 0,5% as taxas diretoras de forma a reforçar o controle da inflação; ou seja, pretendem abrandar o consumo de forma a controlar a inflação.
Já refeitos da pandemia vemos o turismo recuperar em força para valores pré-pandemia, sendo muito natural que 2023 seja um ano muito bom para o turismo em geral.
Assim, com a subida das taxas de juro, espera-se que a inflação permaneça ainda alta e longe dos 2% pretendidos, deverão continuar os preços altos da energia e por contágio irá fazer aumentar o preço de bens, através do aumento do custo de produção. O desemprego deverá ainda subir, de forma a refletir a desaceleração da atividade econômica. Do lado positivo, temos famílias que ainda têm alguma margem de manobra relacionada com a poupança acumulada.
O início do ano é marcado por um justificado receio, com alguns sinais de melhoria, mas que são contrabalançados por dados que indicam a forte possibilidade do consumo privado ir adiando as decisões de compra, sendo mais racionais e prudentes nas suas decisões.
O fim dos Vistos Gold
Muito se falou, escreveu e especulou ao longo dos últimos 10 anos, sobre os “vistos gold” e o seu impacto no mercado de habitação em Portugal.
O seu objetivo era a captação de recursos e investidores para o país. A forma era mediante a concessão de uma Autorização de Residência especial para estrangeiros de fora da União Europeia, que investissem em Portugal. A maioria de atribuição dos “vistos gold” foi através da aquisição de bens imóveis, os “vistos gold” concedidos totalizam até agora 10.593 e um investimento de 6.041 milhões de euros, dos quais 534,1 milhões de euros correspondem à compra para reabilitação urbana (1.485 ARI).
Muito se especulou na influência dos “vistos gold” na subida dos preços da habitação, que os “vistos gold” promoviam a especulação imobiliária. Em 2022 o número de imóveis vendidos foi cerca de 170 000, apenas 1 000 (0,6%) foram para os “vistos Gold”, um programa que tem um peso de 0,6% não pode ser o responsável dos problemas da habitação em Portugal. Mesmo na área metropolitana de Lisboa onde existe uma maior pressão urbanística, o valor representa 2% e a área metropolitana do Porto 0,9%. Os compradores nacionais representam cerca de 88% dos imóveis transacionados e 14% são estrangeiros.
O segmento de mercado do cliente “visto gold” era específico e tabelado em função do investimento mínimo a realizar, muitos desses imóveis entravam no mercado de arrendamento. Os “visto gold” conseguiram a captação de investimento estrangeiro e consequentemente a entrada de riqueza em Portugal. As necessidades de Portugal em 2023 não são as mesmas de 2012, mas o programa gerou e manteve empregos, redinamizou a reabilitação urbana e a construção, captou mais tarde (via alterações feitas ao programa) investimento para a hotelaria e assim contribuiu para que o nosso país ultrapassasse a crise anterior.
Foi anunciada a extinção do programa, faria muito mais sentido reformular o programa. Por exemplo, subir o valor mínimo de investimento para 800 mil euros de forma a acompanhar a subida dos preços dos imóveis. Que os imóveis adquiridos fossem destinados ao mercado de arrendamento. O investimento ser utilizado para a reabilitação de edifícios ou construir novos edifícios dedicados a programas de arrendamento. Perdemos uma fonte de financiamento externo.
Fontes: BPI, INE, BdP, Censos
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
i. Gestão Corrente
ii. Conquistas
Foram totalmente subscritos dois novos projectos: Portas do Montijo e Brito Capelo 28
iii. Melhorias e Evoluções
AGENDA DO
MÊS
Março 2023