CONJUNTURA
As previsões económicas têm vindo a tornar-se cada vez mais complexas. Primeiro a pandemia e depois a guerra na Ucrânia fizeram com que vários indicadores tivessem variações muito acentuadas num curto período de tempo, nomeadamente o preço da energia, o custo das matérias primas e a inflação. Tudo ficou mais instável e no seu ritmo, as pessoas vão-se adaptando e os mercados procurando o seu equilíbrio entre a oferta e a procura.
Aparentemente, a inflação está a ser controlada e as previsões económicas andam a ser revistas em alta um pouco por todo o mundo, Portugal não é exceção. Os preços na produção industrial têm vindo a cair (-3,5%), o mercado de trabalho tem estado dinâmico. No entanto o vislumbre de estabilidade financeira ainda não é bem percetível para famílias, a poupança acumulada durante a pandemia está a desvanecer-se, quando questionados sobre a situação económica do país nos próximos 12 meses entendem que é negativa, essa mesma negatividade é espelhada quando questionados sobre a capacidade de realização de poupança e a situação financeira do agregado familiar. É assim expetável um maior abrandamento no consumo para mais com a continuada subida das taxas de juro e que nem o verão poderá contrabalançar.
Segundo o Banco de Portugal a economia portuguesa deverá crescer 2,7% em 2023, 2,4% em 2024 e 2,3% em 2025. Após a recuperação do choque pandémico, o PIB situou-se no início de 2023 5,4% acima do nível de 2019. De acordo com o BdP o crescimento do PIB irá manter-se robusto e superior ao da área do euro. Projetando uma redução da taxa de inflação de 5,2% este ano para 3,3% em 2024 e 2,1% em 2025, um valor muito próximo do objetivo de política monetária. esta revisão assenta em perspetivas de um maior crescimento do rendimento disponível real, com a manutenção de dinamismo no mercado de trabalho e no aumento das exportações de serviços, em linha com a evolução recente.
Parece que as previsões para 2024 e 2025 não levam em conta, na sua plenitude, o efeito do continuado aumento das taxas de juro. Fica a dúvida de como o BCE vai conjugar a estabilidade financeira com a estabilidade económica num cenário de volatilidade.
Fontes: INE, BdP, BPI research, Eurostat.
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
i. Gestão Corrente
iii. Melhorias e Evoluções
TODOS
CONTAM
"O PLANEAMENTO URBANO NO INTERESSE DO BEM COMUM E RESPEITANDO OS DIREITOS DO INDIVÍDUO"
O planeamento urbano serve como
mecanismo para salvaguardar e valorizar o bem comum. Ao perceber
quais as necessidades e aspirações das comunidades, os urbanistas
podem formular estratégias que garantam um desenvolvimento
sustentável e inclusivo. Este processo envolve a identificação de
áreas a melhorar, o desenvolvimento de infraestruturas, a afetação
de recursos e a gestão da utilização dos solos. Através de um
planeamento abrangente, as comunidades podem desfrutar de melhores
equipamentos públicos, redes de transporte mais eficientes e uma
proteção dos recursos naturais. Ao dar prioridade ao bem comum, o
planeamento urbano pretende criar um ambiente que promova a coesão
social, o progresso económico e a sustentabilidade ambiental.
Fornece uma estrutura para orientar o desenvolvimento de forma
coerente e organizada. Ajuda a canalizar recursos de forma
eficiente, minimiza o crescimento aleatório e previne consequências
prejudiciais para os indivíduos e para o ambiente.
Ao definir objetivos e diretrizes claras permite que as comunidades moldem o seu ambiente físico de uma maneira que se alinhe com a sua visão e aspirações sem o desvirtuar. Esta abordagem garante que o desenvolvimento é realizado de forma responsável, tendo em conta fatores como a capacidade das infraestruturas, o impacto ambiental e a equidade social, promovendo um ambiente mais resiliente e habitável, oferecendo aos indivíduos acesso a habitação de qualidade, sistemas de transporte, desenvolvimento e oportunidades económicas.
O Planeamento urbano reconhece a importância de preservar e melhorar o ambiente físico. Ao integrar princípios de sustentabilidade e gestão ambiental, os urbanistas trabalham para proteger os recursos naturais, conservar a biodiversidade e mitigar o impacto do desenvolvimento nos ecossistemas. Além disso, o planeamento promove a utilização de fontes de energia renováveis, defende infraestruturas verdes e incentiva práticas sustentáveis em vários setores. Ao priorizar considerações ambientais, o planeamento garante um ambiente mais saudável e resiliente para as gerações futuras, salvaguardando assim tanto o bem comum quanto os direitos individuais a um ambiente de vida limpo e sustentável.
Embora o planeamento urbano destaque o bem comum, também respeita os direitos dos indivíduos. Reconhece que todas as pessoas têm o direito de participar nos processos de tomada de decisões que afetam as suas vidas e comunidades. Através de consultas públicas, o planeamento garante que as diversas perspetivas e interesses são tidas em conta. Este tipo de abordagem promove a justiça social, protege o património cultural e capacita as comunidades dando lhes voz e poder de decisão, não as excluindo. Ao respeitar os direitos individuais, o planeamento urbano atinge um equilíbrio delicado, evitando a imposição de decisões de desenvolvimento que podem minar as liberdades individuais e os direitos de propriedade privada.
O planeamento urbano desempenha um papel crucial na nossa sociedade, abordando os complexos desafios colocados por um ambiente físico em constante evolução. Engloba atividades destinadas a promover, orientar, reforçar e controlar o desenvolvimento no interesse do bem comum, respeitando simultaneamente os direitos individuais, procurando assim encontrar um equilíbrio delicado entre o bem-estar coletivo e os direitos individuais, promovendo o desenvolvimento sustentável e procurando encontrar o equilíbrio entre a justiça social, a proteção ambiental e o crescimento económico. Os urbanistas podem desenhar estratégias que respondam aos desafios prementes e promovam a coesão social. Através de uma gestão eficaz do uso da terra, do desenvolvimento de infraestruturas e da afetação de recursos, o planeamento visa criar comunidades que ofereçam qualidade de vida e oportunidades para todos. Encontrando um equilíbrio delicado entre o bem-estar coletivo e os direitos individuais, o planeamento urbano serve como uma ferramenta vital para moldar o nosso futuro de uma forma que beneficie a sociedade como um todo.
Nuno Santos, Asset Manager
AGENDA DO
MÊS
Julho 2023