CONJUNTURA
MELHOR QUE ESPERADO
O PIB teve um crescimento homólogo de 1,4% e em cadeia de 0,7%, um desempenho melhor do que o esperado. Apesar da diminuição do investimento que poderá encontrar explicação nos juros elevados até à data (atualmente já com a expetativa de uma descida) que implicam uma maior ponderação e tempo na tomada de decisão, o consumo privado mostra vitalidade.
A exportação de serviços que até aqui tinha sido um fator positivo devido à sua procura, teve uma queda no seu indicador de confiança. A taxa de desemprego, pelo quinto mês consecutivo, está ancorada nos 6,5% e continuamos com um crescimento do emprego em torno de 2%. No que respeita ao turismo a época da Páscoa foi animadora com mais turistas (não residentes). Por fim, a inflação voltou a recuar para 2,2% e o IPC (Índice de Preços do Consumidor) desceu para 2%.
Com a perspetiva da descida das taxas de juro, estão a aumentar as operações de crédito, com destaque para os novos empréstimos para compra de casa (subida de 21,4%). É o melhor início de ano desde 2022 para as novas operações de crédito à habitação e às empresas, enquanto que no crédito ao consumo é o melhor início de ano desde 2003.
A zona euro também se superou com uma performance melhor que a esperada; no entanto, atendendo à atual conjuntura, são sinais eventualmente frágeis de recuperação. A descida da inflação e a perspetiva de cortes por parte do BCE poderá ser o reforço da recuperação. A economia chinesa continua a desacelerar.
De notar que banco central suíço e outras autoridades monetárias (Brasil, Chile, Malásia e Hong Kong, Polónia, Hungria e República Checa) reduziram a taxa de juro em 25 pontos bases. Outro dado interessante é o Japão ter aumentado a sua taxa de referência de -0,1% para o intervalo 0% a 0,1%. É ainda cedo para aferir se a economia japonesa conseguiu contornar os seus problemas estruturais, entre eles a demografia, mas o BCE deve prosseguir a utilizar as ferramentas à sua disposição para evitar que a Europa se torne um Japão, de forma a poder responder com flexibilidade ao permanente desafio da estabilidade monetária e financeira.
Fontes: INE, BdP, BPI research, Eurostat, yahoo finance, BCE, turismo de Portugal
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
i. Gestão Corrente
iii. Melhorias e Evoluções
TODOS
CONTAM
"PERSPETIVA ECONÓMICA SOBRE CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS - VANTAGENS"
A UE tem como objetivo atingir a neutralidade em termos climáticos até 2050 - uma economia com emissões nulas de gases com efeito de estufa. Este objetivo está bo Pacto Ecológico Europeu e em linha com o compromisso da UE para com a ação climática global no âmbito do Acordo de Paris. A transição para uma sociedade neutra em termos climáticos é um desafio urgente e uma oportunidade para construir um futuro melhor para todos.
A UE pretende assim liderar e mostrar o caminho ao investir em soluções tecnológicas realistas, capacitando os cidadãos e alinhando a ação em domínios fundamentais como a política industrial, o financiamento e a investigação, assegurando simultaneamente a equidade social para uma transição justa.
As expetativas da sociedade no que concerne ao desenvolvimento sustentável são hoje diferentes e cada vez mais exigentes. Os objetivos de sustentabilidade expandiram-se para lá da dimensão ambiental e passaram a integrar também matérias sociais e de governança (ESG).
No setor imobiliário as questões ESG são cada vez mais na ordem do dia. Têm agora um papel fundamental nas decisões dos principais players do mercado, desde promotores, investidores, sociedades gestoras, consultoras, proprietários e ocupantes.
São várias as tendências que ao longo dos anos têm e irão continuar a acentuar a emergência e importância de repensar a forma como se fazem investimentos, como se constrói, como se gere, como se utilizam os edifícios e consomem os recursos.
As novas gerações partilham a visão de que as empresas devem ter em conta os impactos ambientais e sociais que provocam e devem contribuir para resolver problemas da sociedade, tendo colocando pressão sobre os governos.
Assim, a questão da sustentabilidade tem cada vez mais ganho um protagonismo cada vez maior sobre a atuação dos players de mercado. No imobiliário, atualmente, é a sua maior preocupação, seguido dos custos de construção e falta de oportunidades de ativos para adquirir/desenvolver.
Os edifícios, atualmente, representam 37% do consumo global de energia e também uma percentagem considerável das emissões de gases com efeito estufa. Na Europa, em 2019, a energia utilizada nos edifícios foi responsável pela emissão de cerca de 980 milhões de toneladas de CO2.
A construção sustentável de edifícios não é uma novidade para o setor imobiliário. A sua crescente importância veio potenciar a inclusão do tema e das suas preocupações nos processos de tomada de decisão.
O setor imobiliário tem assim um papel relevante na procura pela neutralidade carbónica, reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa quer pela utilização dos materiais de construção utilizados quer pela utilização diária dos edifícios.
A crescente sensibilização publica para os temas ambientais, potenciado com a adoção dos ODS em 2015, levou a uma difusão cada vez maior destes objetivos no setor imobiliário.
Existem ainda muitas deficiências e dificuldades na sua implementação, mas de uma forma sintética podem ser apresentadas várias vantagens:
Redução de custos: Edifícios sustentáveis oferecem economias de custos a longo prazo através da redução do consumo de energia, menores despesas operacionais e menores custos de manutenção.
Valorização do imóvel: Os edifícios sustentáveis geralmente exigem valores de venda mais elevados devido à sua eficiência energética, desempenho ambiental e procura do mercado.
Valores mais elevados de venda e arrendamento: Os edifícios sustentáveis atraem inquilinos e compradores ambientalmente conscientes, permitindo ganho potenciais nos valores de arrendamento e venda em comparação com os edifícios convencionais.
Criação de emprego: A construção sustentável e as indústrias conexas contribuem para a criação de emprego, incluindo oportunidades de emprego na conceção, engenharia, produção, fabrico, instalação e manutenção de componentes de construção sustentáveis.
Diferenciação no Mercado: Os edifícios sustentáveis criam uma vantagem competitiva para promotores e proprietários, distinguindo os seus projetos no mercado e atraindo clientes e inquilinos ambientalmente conscientes.
Maior produtividade e bem-estar: A melhoria da qualidade ambiental interior, como a melhor qualidade do ar e a iluminação natural, contribui para melhorar a saúde, o conforto e a produtividade dos utilizadores.
Eficiência energética: Os edifícios sustentáveis dão prioridade ao projeto e as tecnologias energeticamente eficientes, levando à redução do consumo de energia e água diminuindo essa despesa ao longo da vida útil do edifício.
Resiliência e mitigação de riscos: A integração de características de design resilientes em edifícios sustentáveis ajuda a reduzir os riscos associados a desastres naturais e mudanças climáticas, minimizando danos e interrupções.
Certificações Green Building: Alcançar certificações de construção sustentável, como a certificação LEED, BREEAM ou WELL, aumenta o valor de mercado e o reconhecimento de edifícios sustentáveis, atraindo investidores, inquilinos e compradores.
Apoio governamental: As políticas governamentais, incentivos, subsídios e benefícios fiscais incentivam a construção de edifícios sustentáveis, fornecendo apoio financeiro e fomentando o crescimento do mercado.
Gestão Ambiental: Os edifícios sustentáveis contribuem para a proteção ambiental através da redução das emissões de gases com efeito de estufa, da conservação de recursos e da promoção de práticas sustentáveis.
Estes benefícios económicos demonstram que os edifícios sustentáveis oferecem não só vantagens ambientais, mas também vantagens financeiras para promotores, proprietários, utilizadores e para a sociedade em geral. Contribuem para o crescimento económico, a criação de emprego, a poupança de energia, a melhoria da saúde e do bem-estar e um ambiente construído mais sustentável e resiliente.
Em resumo, os edifícios sustentáveis são essenciais para alcançar um desenvolvimento económico sustentável. Promovem a eficiência na utilização dos recursos, a proteção do ambiente, a redução de custos, a criação de emprego, a competitividade do mercado, a inovação, a resiliência e a melhoria da saúde e do bem-estar. Ao integrar os princípios de sustentabilidade nas práticas de construção, as sociedades podem promover um crescimento económico ambientalmente responsável, socialmente inclusivo e economicamente viável a longo prazo.
Nuno Santos, Asset Manager
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Maio 2024