MARKET STATUS
A HAPPY NEW YEAR TO EVERYONE
The year 2025 presents an economic situation marked by global, regional and local challenges, influenced by technological, geopolitical and climatic transformations. Portugal, Europe and the world face new opportunities and uncertainties in a rapidly evolving scenario.
Portugal has demonstrated a commendable ability to adapt to economic challenges. Despite facing inflationary pressures, Portugal benefited from the drop in interest rates during 2024, which brought some relief to the financing of companies and families, the country remains attractive for foreign investment.
The Portuguese government, through the PRR and “Portugal Digital”, has reinforced its commitment to digitalization and the energy transition, while continuing to invest in infrastructure projects that promote sustainability. In 2025, sectors such as tourism. real estate and technology remain essential for economic dynamism.
Germany, traditionally considered Europe's economic engine, faces significant challenges in the current economic context. The accelerated energy transition, known as Energiewende, has created pressure on traditional industries, particularly the automotive industry, which are dealing with high electricity costs and the need for technological innovation to remain competitive in an increasingly global market.
However, the country continues to lead in the automotive sector, with an increasing focus on electric mobility and the development of sustainable infrastructure. Furthermore, projects linked to digitalization and the use of blockchain are attracting investment, consolidating Germany as an innovation center on the continent.
The European Union, although united in its objectives of sustainability and economic resilience, faces challenges arising from the war in Ukraine and its implications on energy and agricultural markets. The need for greater strategic autonomy has driven the reindustrialization of key sectors such as semiconductors production and clean energy.
Despite the difficulties, opportunities continue to emerge through initiatives such as the European Green Deal and programs to support investment in innovation and digitalization. Germany, as an economic leader, plays a central role in shaping Europe's response to global challenges.
The election of a new president in the United States brought significant changes to global dynamics. With an agenda focused on multilateral diplomacy and the strengthening of strategic alliances, there is great expectation about what the relationship with Europe will be like.
However, the renewed focus on protectionist policies in the industrial and technological sector, combined with a domestic infrastructure investment agenda, could create trade frictions with partners such as the European Union and China. On the other hand, increased transatlantic cooperation in areas such as defense and energy represents a positive sign for the future of relations between the US and its allies.
At the global level, rivalries between powers continue to shape the world economy. China and the United States remain the main protagonists in a technological and trade dispute, while emerging economies, such as India, are consolidating themselves as relevant players.
In 2025, the world finds itself at an inflection point, where the challenges of previous crises coexist with opportunities for innovation and global collaboration. Portugal and Europe, particularly Germany, play a fundamental role in defining a more sustainable and resilient future, while the United States takes a more assertive stance on the international stage.
The current situation requires strategic action, a focus on innovation and a renewed commitment to sustainability and global cooperation to face uncertainties and seize opportunities that will shape the world economy in the coming years.
Sources: INE, BdP, BPI research, Eurostat, yahoo finance; ECB, turismo de Portugal
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"A TOKENIZAÇÃO DO IMOBILIÁRIO"
O mercado financeiro global passou por transformações significativas nas últimas décadas, com a crise financeira de 2008 sendo um marco fundamental nesse processo. Essa crise expôs fragilidades estruturais no sistema bancário, revelando os riscos associados à centralização das transações, como a falta de transparência, o controle excessivo por parte dos bancos e o impacto sistémico nas instituições. Em resposta a essa crise, surgiu uma procura por alternativas que oferecessem mais transparência, segurança e autonomia financeira.
O conceito de um sistema financeiro descentralizado, onde as transações pudessem ser realizadas diretamente entre os participantes, sem a necessidade de intermediários centralizados, começou a ganhar força. Foi nesse contexto que a tecnologia blockchain e a descentralização emergiram como soluções potenciais para esses problemas.
A tecnologia blockchain, é um sistema de registo descentralizado, permite transações seguras e transparentes sem a necessidade de intermediários centralizados.
O Bitcoin, lançado em 2009 por Satoshi Nakamoto, foi a primeira aplicação de blockchain, inaugurando uma nova era de transações financeiras descentralizadas. A popularidade do Bitcoin abriu caminho para o desenvolvimento de outras tecnologias baseadas em blockchain, como os smart contracts (contratos inteligentes), que permitem a automatização de transações complexas diretamente no blockchain, eliminando a necessidade de uma entidade centralizadora.
Nos últimos anos, o avanço da tecnologia Distributed Ledger Technology (DLT) tem causado uma transformação significativa em diversos setores da economia global. Entre essas inovações, destaca-se o conceito de Finanças Descentralizadas (DeFi), que visa criar um sistema financeiro aberto e acessível, sem a intermediação de instituições tradicionais. O DeFi utiliza smart contracts para oferecer serviços financeiros descentralizados, como empréstimos, seguros e trocas de ativos, promovendo uma maior inclusão financeira e acesso global. Esse movimento ganhou força a partir de 2017, com o desenvolvimento de plataformas baseadas em blockchain, como o Ethereum, que permitiram a criação de novos instrumentos financeiros.
Originalmente desenvolvida para suportar criptomoedas, a DLT blockchain evoluiu para um sistema descentralizado e seguro de registo de informações, com aplicações que vão muito além das moedas digitais. Um exemplo dessa evolução é a tokenização de ativos, que tem o potencial de transformar a forma como os investimentos são realizados, particularmente no setor imobiliário.
A tokenização consiste em converter ativos físicos, como imóveis, em tokens digitais registados em uma blockchain. Essa tecnologia democratiza o acesso ao investimento, permitindo que pequenos investidores adquiram frações de ativos anteriormente inacessíveis, ao mesmo tempo que aumenta a liquidez desses ativos, facilitando sua negociação em mercados digitais. Isso é particularmente relevante no mercado imobiliário, onde a liquidez é tradicionalmente limitada e os custos de entrada são elevados, excluindo muitos potenciais investidores.
A tokenização de ativos imobiliários permite que a propriedade de um imóvel seja dividida em partes menores, representadas por tokens digitais, que podem ser comprados e vendidos em plataformas de negociação. Isso possibilita que vários investidores possuam pequenas frações de uma propriedade, aumentando a acessibilidade ao mercado imobiliário e promovendo maior liquidez. Além disso, a rastreabilidade e a transparência inerentes à blockchain aumentam a confiança nas transações e facilitam auditorias.
Apesar dos benefícios teóricos, a tokenização no setor imobiliário enfrenta desafios significativos que precisam ser superados para se tornar uma prática comum e bem-sucedida. Em Portugal, como em muitos outros países, a implementação da tokenização enfrenta obstáculos tanto no campo tecnológico quanto no jurídico e regulatório. A infraestrutura tecnológica necessária para suportar a tokenização ainda está em desenvolvimento, e as plataformas de negociação seguras e eficientes são fundamentais para o sucesso desse mercado. Além disso, a ausência de regulamentações específicas que definam claramente os direitos e responsabilidades dos investidores e emissores de tokens representa um grande desafio.
Outro aspeto crucial é a segurança cibernética, uma vez que a natureza digital dos tokens os torna vulneráveis a ataques cibernéticos. O uso de smart contracts também apresenta riscos, especialmente se o código não for desenvolvido de forma robusta e segura. A proteção dos direitos de propriedade e a confiança do público na tecnologia DLT blockchain são igualmente importantes e precisam ser abordadas para garantir o sucesso da tokenização.
Em Portugal, o mercado imobiliário tem mostrado resiliência e continua a atrair investimentos significativos, tanto nacionais quanto estrangeiros. No entanto, problemas como a falta de liquidez e a necessidade de modernização persistem. A tokenização surge como uma solução promissora para esses desafios, oferecendo novas oportunidades de investimento e maior eficiência. No entanto, para que a tokenização se torne uma prática comum, é necessário superar constrangimentos regulatórios, tecnológicos e de aceitação pelo mercado.
A nível global, alguns países já regulamentaram a tokenização imobiliária, criando precedentes que podem servir de modelo para Portugal. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Securities and Exchange Commission (SEC) desenvolveu diretrizes claras sobre a emissão e negociação de security tokens. Esses exemplos internacionais podem contribuir para o desenvolvimento de uma regulação eficaz em Portugal, que equilibre a inovação com a proteção dos investidores.
No que diz respeito à aceitação de mercado, a tokenização apresenta-se como uma inovação que tem o potencial de transformar o setor imobiliário, tornando-o mais acessível, eficiente e inclusivo. Contudo, para que essa transformação ocorra de maneira segura e eficaz, é necessário enfrentar os desafios consideráveis relacionados à regulamentação, à infraestrutura tecnológica e à aceitação pelo mercado.
A implementação da tokenização no mercado imobiliário português apresenta, por um lado, um potencial significativo para que essa tecnologia transforme o mercado, tornando-o mais acessível, eficiente e inclusivo. Por outro, desafios consideráveis no que diz respeito à regulamentação, infraestrutura tecnológica e aceitação do mercado que precisam ser superados para que essa transformação ocorra de maneira segura e eficaz.
Francisco Ramos, Prof. Universidade do Algarve, Consultor de Design e Marketing
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January 2025