13 Janeiro
2025
> Conjuntura
> Gestão Corrente
> Todos Contam por Francisco Ramos
> Agenda do Mês

 


 

CONJUNTURA
UM FELIZ ANO NOVO A TODOS

O ano de 2025 apresenta uma conjuntura económica marcada por desafios globais, regionais e locais, influenciados por transformações tecnológicas, geopolíticas e climáticas. Portugal, a Europa e o mundo enfrentam novas oportunidades e incertezas num cenário em rápida evolução.

Portugal tem demostrado uma capacidade de adaptação louvável perante os desafios económicos. Apesar de enfrentar pressões inflacionárias, Portugal beneficiou da descida das taxas de juro durante 2024, o que trouxe algum alívio para o financiamento de empresas e famílias, o país mantém-se atrativo para o investimento estrangeiro.

O governo português, através do PRR e o “Portugal Digital” tem reforçado o seu compromisso com a digitalização e a transição energética, enquanto continua a apostar em projetos de infraestrutura que promovem a sustentabilidade. Em 2025, setores como o turismo. imobiliário e a tecnologia permanecem essenciais para a dinamização económica.

A Alemanha, tradicionalmente considerada o motor económico da Europa, enfrenta desafios significativos no atual contexto económico. A transição energética acelerada, conhecida como Energiewende, tem criado pressão sobre as indústrias tradicionais, nomeadamente a automóvel, que lidam com os custos elevados da eletricidade e a necessidade de inovação tecnológica para se manterem competitivas, num mercado cada vez mais global.

No entanto, o país continua a liderar no setor automóvel, com um foco crescente na mobilidade elétrica, e no desenvolvimento de infraestruturas sustentáveis. Além disso, projetos ligados à digitalização e ao uso de blockchain estão a atrair investimento, consolidando a Alemanha como um centro de inovação no continente.

A União Europeia, embora unida nos seus objetivos de sustentabilidade e resiliência económica, enfrenta desafios decorrentes da guerra na Ucrânia e das suas implicações nos mercados energéticos e agrícolas. A necessidade de uma maior autonomia estratégica impulsionou a reindustrialização de setores-chave, como a produção de semicondutores e a energia limpa.

Apesar das dificuldades, as oportunidades continuam a surgir através de iniciativas como o Pacto Ecológico Europeu e os programas de apoio ao investimento em inovação e digitalização. A Alemanha, enquanto líder económico, desempenha um papel central na definição da resposta da Europa aos desafios globais.

A eleição de um novo presidente nos Estados Unidos trouxe mudanças significativas à dinâmica global. Com uma agenda focada na diplomacia multilateral e no fortalecimento de alianças estratégicas, existe uma grande expetativa como será a relação com a Europa.

No entanto, o foco renovado em políticas protecionistas no setor industrial e tecnológico, combinado com uma agenda de investimentos em infraestruturas domésticas, poderá criar atritos comerciais com parceiros como a União Europeia e a China. Por outro lado, o aumento da cooperação transatlântica em áreas como a defesa e a energia representa um sinal positivo para o futuro das relações entre os EUA e os seus aliados.

No plano global, as rivalidades entre potências continuam a moldar a economia mundial. A China e os Estados Unidos permanecem como os principais protagonistas de uma disputa tecnológica e comercial, enquanto economias emergentes, como a Índia, se consolidam como atores relevantes.

Em 2025, o mundo encontra-se num ponto de inflexão, onde os desafios das crises anteriores coexistem com as oportunidades de inovação e colaboração global. Portugal e a Europa, particularmente a Alemanha, têm um papel fundamental na definição de um futuro mais sustentável e resiliente, enquanto os Estados Unidos assumem uma postura mais assertiva no palco internacional.

A conjuntura atual exige ação estratégica, foco na inovação e um compromisso renovado com a sustentabilidade e a cooperação global para enfrentar as incertezas e aproveitar as oportunidades que moldarão a economia mundial nos próximos anos.


Fontes: INE, BdP, BPI research, Eurostat, yahoo finance, BCE, turismo de Portugal

 


 

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

i. Gestão Corrente

PROJETOS ACONTECIMENTOS
S. VICENTE 1

Em dezembro o rendimento bruto traduziu-se numa faturação de 3 468,76€ o que corresponde a um acréscimo de 41,78% quando comparado com o mesmo período em 2023. A taxa de ocupação desceu de 74,21% em 2023 para 65,34% em 2024, uma taxa de variação homóloga de -11,95%.

QUINTA DA AMIZADE

Será ratificado em reunião de câmara o despacho de aprovação do presidente da CM Setúbal. Estamos a encetar negociações com os potencias compradores de forma a concluir o projeto.

ALMADA HISTÓRICA

Continuamos a aguardar o despacho do PIP por parte da CM Almada.

SETÚBAL_ARRÁBIDA

O Parque Natural da Serra da Arrábida ainda não respondeu ao pedido efetuado. Sem prejuízo do processo de alteração de uso, submetido junto da CM Setúbal, o imóvel está a ser comercializado nas condições atuais e no estado em que se encontra.

PORTAS DO MONTIJO

Estamos em negociações com potenciais compradores de forma a concluir o projeto.

COMBATENTES 54

No seguimento da aprovação do estudo arqueológico, a CM Setúbal solicitou a retificação da planta do RC que será entregue na 1ª quinzena de janeiro de forma a poder concluir o processo e negociar a conclusão do projeto.

VFX 47

Apontamos para janeiro a conclusão do projeto.

VINHA DA ENCARNAÇÃO II

Estamos em negociações com o promitente vendedor de forma a concluir o projeto.

ESTRADA PALMELA B

O projeto será concluído no mês de janeiro.

ALMIRANTE REIS 1

Estamos a aguardar a licença por parte da Câmara Municipal de forma a concluir o projeto.

SERPA PINTO 157

O projeto será concluído no mês de janeiro.

MOITA II

Continua a decorrer a ação de contencioso. Foi solicitado arresto do imóvel, com a ação a prosseguir para tribunal.

ESTORIL 10

O arquiteto está a desenvolver o projeto de forma a ser submetido na CM Cascais e em articulação com o projeto “ESTORIL II”.

TWIN TOWERS

O projeto está a decorrer dentro do previsto.

ESTORIL II

O arquiteto está a desenvolver o projeto de forma a ser submetido na CM Cascais e em articulação com o projeto “ESTORIL 10”.

POSTIGO DO CAIS 1

O projeto está a decorrer dentro do previsto.

ESTREMOZ 25

O projeto está a decorrer dentro do previsto.

 


 

TODOS CONTAM

"A TOKENIZAÇÃO DO IMOBILIÁRIO"

O mercado financeiro global passou por transformações significativas nas últimas décadas, com a crise financeira de 2008 sendo um marco fundamental nesse processo. Essa crise expôs fragilidades estruturais no sistema bancário, revelando os riscos associados à centralização das transações, como a falta de transparência, o controle excessivo por parte dos bancos e o impacto sistémico nas instituições. Em resposta a essa crise, surgiu uma procura por alternativas que oferecessem mais transparência, segurança e autonomia financeira.

O conceito de um sistema financeiro descentralizado, onde as transações pudessem ser realizadas diretamente entre os participantes, sem a necessidade de intermediários centralizados, começou a ganhar força. Foi nesse contexto que a tecnologia blockchain e a descentralização emergiram como soluções potenciais para esses problemas.

A tecnologia blockchain, é um sistema de registo descentralizado, permite transações seguras e transparentes sem a necessidade de intermediários centralizados.

O Bitcoin, lançado em 2009 por Satoshi Nakamoto, foi a primeira aplicação de blockchain, inaugurando uma nova era de transações financeiras descentralizadas. A popularidade do Bitcoin abriu caminho para o desenvolvimento de outras tecnologias baseadas em blockchain, como os smart contracts (contratos inteligentes), que permitem a automatização de transações complexas diretamente no blockchain, eliminando a necessidade de uma entidade centralizadora.

Nos últimos anos, o avanço da tecnologia Distributed Ledger Technology (DLT) tem causado uma transformação significativa em diversos setores da economia global. Entre essas inovações, destaca-se o conceito de Finanças Descentralizadas (DeFi), que visa criar um sistema financeiro aberto e acessível, sem a intermediação de instituições tradicionais. O DeFi utiliza smart contracts para oferecer serviços financeiros descentralizados, como empréstimos, seguros e trocas de ativos, promovendo uma maior inclusão financeira e acesso global. Esse movimento ganhou força a partir de 2017, com o desenvolvimento de plataformas baseadas em blockchain, como o Ethereum, que permitiram a criação de novos instrumentos financeiros.

Originalmente desenvolvida para suportar criptomoedas, a DLT blockchain evoluiu para um sistema descentralizado e seguro de registo de informações, com aplicações que vão muito além das moedas digitais. Um exemplo dessa evolução é a tokenização de ativos, que tem o potencial de transformar a forma como os investimentos são realizados, particularmente no setor imobiliário.

A tokenização consiste em converter ativos físicos, como imóveis, em tokens digitais registados em uma blockchain. Essa tecnologia democratiza o acesso ao investimento, permitindo que pequenos investidores adquiram frações de ativos anteriormente inacessíveis, ao mesmo tempo que aumenta a liquidez desses ativos, facilitando sua negociação em mercados digitais. Isso é particularmente relevante no mercado imobiliário, onde a liquidez é tradicionalmente limitada e os custos de entrada são elevados, excluindo muitos potenciais investidores.

A tokenização de ativos imobiliários permite que a propriedade de um imóvel seja dividida em partes menores, representadas por tokens digitais, que podem ser comprados e vendidos em plataformas de negociação. Isso possibilita que vários investidores possuam pequenas frações de uma propriedade, aumentando a acessibilidade ao mercado imobiliário e promovendo maior liquidez. Além disso, a rastreabilidade e a transparência inerentes à blockchain aumentam a confiança nas transações e facilitam auditorias.

Apesar dos benefícios teóricos, a tokenização no setor imobiliário enfrenta desafios significativos que precisam ser superados para se tornar uma prática comum e bem-sucedida. Em Portugal, como em muitos outros países, a implementação da tokenização enfrenta obstáculos tanto no campo tecnológico quanto no jurídico e regulatório. A infraestrutura tecnológica necessária para suportar a tokenização ainda está em desenvolvimento, e as plataformas de negociação seguras e eficientes são fundamentais para o sucesso desse mercado. Além disso, a ausência de regulamentações específicas que definam claramente os direitos e responsabilidades dos investidores e emissores de tokens representa um grande desafio.

Outro aspeto crucial é a segurança cibernética, uma vez que a natureza digital dos tokens os torna vulneráveis a ataques cibernéticos. O uso de smart contracts também apresenta riscos, especialmente se o código não for desenvolvido de forma robusta e segura. A proteção dos direitos de propriedade e a confiança do público na tecnologia DLT blockchain são igualmente importantes e precisam ser abordadas para garantir o sucesso da tokenização.

Em Portugal, o mercado imobiliário tem mostrado resiliência e continua a atrair investimentos significativos, tanto nacionais quanto estrangeiros. No entanto, problemas como a falta de liquidez e a necessidade de modernização persistem. A tokenização surge como uma solução promissora para esses desafios, oferecendo novas oportunidades de investimento e maior eficiência. No entanto, para que a tokenização se torne uma prática comum, é necessário superar constrangimentos regulatórios, tecnológicos e de aceitação pelo mercado.

A nível global, alguns países já regulamentaram a tokenização imobiliária, criando precedentes que podem servir de modelo para Portugal. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Securities and Exchange Commission (SEC) desenvolveu diretrizes claras sobre a emissão e negociação de security tokens. Esses exemplos internacionais podem contribuir para o desenvolvimento de uma regulação eficaz em Portugal, que equilibre a inovação com a proteção dos investidores.

No que diz respeito à aceitação de mercado, a tokenização apresenta-se como uma inovação que tem o potencial de transformar o setor imobiliário, tornando-o mais acessível, eficiente e inclusivo. Contudo, para que essa transformação ocorra de maneira segura e eficaz, é necessário enfrentar os desafios consideráveis relacionados à regulamentação, à infraestrutura tecnológica e à aceitação pelo mercado.

A implementação da tokenização no mercado imobiliário português apresenta, por um lado, um potencial significativo para que essa tecnologia transforme o mercado, tornando-o mais acessível, eficiente e inclusivo. Por outro, desafios consideráveis no que diz respeito à regulamentação, infraestrutura tecnológica e aceitação do mercado que precisam ser superados para que essa transformação ocorra de maneira segura e eficaz.

Francisco Ramos, Prof. Universidade do Algarve, Consultor de Design e Marketing


 

AGENDA DO MÊS

Janeiro 2025

QUINZENA EVENTO
  • Nada a assinalar
  • Lançamento de novo projeto à subscrição dos membros
  • Conclusão do projeto - “SERPA PINTO 157”
  • Conclusão do projeto - “PALMELA B”
  • Conclusão do projeto - “VFX 47”
  • Distribuição de rendimentos do projeto - “SERPA PINTO 157”
  • Distribuição de rendimentos do projeto - “PALMELA B”
  • Distribuição de rendimentos do projeto - “VFX 47”