CONJUNTURA
NOVA NORMALIDADE COM CONTAS CERTAS
Numa altura em que as previsões económicas têm vido a ser revistas em alta, perspetivando mudança de ciclo económico e já possibilita medir os resultados que as alterações provocadas pela pandemia, pela guerra da Ucrânia, pelas políticas monetárias e fiscais dos últimos anos trouxeram. Esta mudança irá manter-se no médio prazo. Na prática, estas alterações vieram modificar a forma como o consumidor perceciona as suas preferências. Procuramos uma nova normalidade com toda a incerteza que isso acarreta, afinal a estabilidade não existe, mas a lei da oferta e da procura tende a encontrá-la.
O bom desempenho dos indicadores nos primeiros meses de 2024, a expetativa de que o mercado de trabalho se mantenha forte e de que a inflação desacelere mais rapidamente do que o esperado em dezembro, justificam esta revisão.
A taxa de juro implícita nos contratos de crédito à habitação diminuiu em fevereiro, para 4,64% contra 4,66% em janeiro, parece ser o início de descida das taxas. Em todo o caso, significa que estamos aos níveis do início de 2009.
Com o abrandar da inflação e a perspetiva de cortes nas taxas de juro, os investidores começam a desenhar novas estratégias de investimento, sendo de notar que apesar de toda esta conjuntura vivida recentemente, o lucro das empresas levou vários dos principais índices bolsistas a máximos históricos.
A S&P elevou o rating de Portugal para A-, mantendo a perspetiva positiva, refletindo o processo de desalavancagem em curso, tanto externa como internamente. A decisão de manter a perspetiva positiva é apoiada pela perspetiva de que o processo de desalavancagem continuará nos próximos anos. Assim, a agência de rating prevê a manutenção de excedentes nas contas correntes e públicas nos próximos anos.
A balança orçamental registou um excedente de 1,6% do PIB em 2023 (excluindo a transferência do Fundo de Pensões dos Funcionários da Caixa Geral de Depósitos para a Caixa Geral de Aposentações, de cerca de 3,0 mil milhões de euros, uma situação pontual que não irá ter impacto no valor final oficial). Este desempenho permitiu a descida do rácio da dívida pública para 99% do PIB pela primeira vez desde 2009, sendo que 2023 é um ano antes do que o previsto pelo governo.
Fontes: INE, BdP, BPI research, Eurostat, yahoo finance, BCE, turismo de Portugal
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
i. Gestão Corrente
ii. Conquistas
Subscrição com sucesso do projeto: ESTORIL 10
iii. Melhorias e Evoluções
TODOS
CONTAM
"ESG NO IMOBILIÁRIO"
ESG significa Environmental, Social and Governance criteria, que são usados pelos investidores para avaliar a sustentabilidade e o impacto ético de uma empresa ou de um investimento. No contexto do setor imobiliário, as considerações ESG têm uma influência significativa em vários aspetos.
As novas gerações partilham uma visão em que as empresas devem ter em conta os impactos ambientais e sociais que causam e devem contribuir para resolver problemas da sociedade.
A sustentabilidade tem ganho um peso cada vez maior sobre a atuação dos players de mercado. No imobiliário, esta é atualmente a sua maior preocupação seguido dos custos de construção e de novas formas de ocupar o espaço e do uso que lhe é dado.
Tem um Impacto ambiental onde os fatores ESG avaliam a sustentabilidade ambiental dos imóveis. Tal inclui considerações como a eficiência energética, a utilização de água, a gestão de resíduos e as emissões de carbono. Os investidores dão prioridadea imóveis com certificações verdes como a LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) ou a BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method), pois implicam várias vantagens, entre elas a redução do impacto ambiental e dos custos operacionais.
Existe também a responsabilidade Social, onde os projetos imobiliários são avaliados com base no seu impacto a nível local e na sociedade como um todo. São considerados fatores como as acessibilidades, salários justos, políticas de não exclusão e apoio à diversidade e a sua contribuição para o desenvolvimento económico local. Os investidores procuram imóveis que contribuem para bem-estar da comunidade, promovam a diversidade e a inclusão e adiram a práticas laborais justas.
A governança refere-se às políticas, procedimentos e processos de tomada de decisão dentro de uma organização imobiliária. Os investidores avaliam fatores como transparência, prestação de contas, práticas empresariais éticas e diversidade nos conselhos de administração. Imóveis administrados por empresas com fortes padrões de governança tendem a atrair mais investimentos devido à redução do risco e melhor desempenho a longo prazo.
A integração ESG no setor imobiliário ajuda a mitigar vários riscos associados a regulamentações ambientais, conflitos sociais e questões de governança. As propriedades que priorizam fatores ESG estão melhor posicionadas para resistir a mudanças regulatórias, volatilidade do mercado e riscos de reputação.
Cada vez mais, inquilinos e investidores estão a exigir ativos imobiliários alinhados ao ESG. Os inquilinos procuram edifícios sustentáveis que aumentem a produtividade e o bem-estar dos seus colaboradores. Os investidores institucionais, como os fundos de pensões incorporam considerações ESG nas suas estratégias de investimento, impulsionando fluxos de capital para imóveis compatíveis com ESG.
A integração ESG vai impactar positivamente o desempenho financeiro dos investimentos imobiliários. Os edifícios energeticamente eficientes tendem a ter custos operacionais mais baixos e rendas mais elevadas, resultando numa melhoria do rendimento operacional líquido e das avaliações imobiliárias. Além disso, os investimentos imobiliários focados em ESG podem atrair condições de financiamento e prémios de seguro mais favoráveis.
Em resumo, as considerações ESG têm uma influência multifacetada no setor imobiliário, impulsionando a sustentabilidade ambiental, a responsabilidade social, os padrões de governança, a gestão de riscos, a procura de inquilinos e investidores e o bom desempenho financeiro. À medida que a consciência das questões ESG continua a crescer, incorporar estes fatores nas práticas de investimento e gestão imobiliária torna-se cada vez mais importante para o sucesso a longo prazo.
Nuno Santos, Asset Manager
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Abril 2024