06 Dezembro
2024
> Conjuntura
> Gestão Corrente
> Conquistas
> Todos Contam por Francisco Ramos
> Agenda do Mês

 


 

CONJUNTURA
DESEMPENHO ECONÓMICO EM PORTUGAL: BALANÇO DE 2024 E PERSPETIVAS PARA 2025

O ano de 2024 começou com sinais positivos na economia portuguesa. No primeiro trimestre, o PIB registou um crescimento de 0,6% em termos trimestrais, atingindo um marco histórico ao ultrapassar os 60 mil milhões de euros a preços constantes. Este desempenho foi impulsionado pelo dinamismo da procura externa. No entanto, à medida que o ano avançou, o crescimento económico perdeu alguma força, fixando-se em 0,2% no segundo e terceiro trimestres. Este padrão espelha um início de ano ainda impactado por fatores como o aumento acumulado das taxas de juro, a pressão inflacionária e a instabilidade política criada pelas eleições antecipadas. Apesar disso, a expectativa é de uma aceleração no último trimestre, permitindo alcançar uma taxa média de crescimento de 1,7% em 2024.

O mercado de trabalho manteve-se resiliente, com a taxa de desemprego próxima dos mínimos históricos. Simultaneamente, a inflação, embora ainda superior ao objetivo anual, reduziu-se de forma gradual ao longo do ano. Em agosto, registou-se mesmo uma taxa homóloga abaixo dos 2%, contribuindo para a recuperação do poder de compra das famílias. Este cenário foi determinante para a manutenção da robustez do mercado imobiliário, um dos setores mais dinâmicos da economia.

Após dois anos marcados pelos efeitos da guerra na Ucrânia, o panorama para 2025 apresenta-se mais promissor. A redução das taxas de juro, podem sugerir o início de um novo ciclo económico mais favorável. Os indicadores mais recentes reforçam este otimismo. Dados como os índices de confiança da Comissão Europeia e do INE e o indicador diário de atividade do Banco de Portugal apontam para um ligeiro aumento no ritmo de crescimento no último trimestre.

Quanto aos preços ao consumidor, a inflação apresenta uma tendência de normalização. Apesar de uma oscilação para 2,3% em outubro, devido a componentes mais voláteis como os alimentos e a energia, prevê-se que a inflação média anual se situe em 2,4%, com uma descida para 2% em 2025. Esta previsão é suportada pela estabilidade observada nos preços de futuros das matérias-primas e alimentos.

A balança corrente registou um saldo positivo de 2,7% do PIB nos primeiros nove meses de 2024, enquanto o prémio de risco da dívida soberana permaneceu estável, refletindo maior confiança no país.

2024 tem sido um ano de resiliência e progresso para Portugal, com sinais encorajadores tanto do ponto de vista conjuntural como estrutural. Estes sinais de aceleração da atividade traduzem-se em previsões de crescimento para 2025 entre os 2% e os 2,5%.


Fontes: INE, BdP, BPI research, Eurostat, yahoo finance, BCE, turismo de Portugal

 


 

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

i. Gestão Corrente

PROJETOS ACONTECIMENTOS
S. VICENTE 1

Em novembro o rendimento bruto traduziu-se numa faturação de 3 984,91€ o que corresponde a um acréscimo de 7,40% quando comparado com o mesmo período em 2023. A taxa de ocupação cresceu de 74,45% em 2023 para 78,89% em 2024, uma taxa de variação homóloga de 5,96%.

QUINTA DA AMIZADE

De acordo com informação da arquiteta da CM Setúbal tudo aponta para que o processo esteja concluído a 18 de dezembro. Poderemos assim, encetar negociações com os potenciais interessados de forma a concluir o projeto e mantendo que o expetável valor de venda será de forma a compensar o alongar do prazo do projeto e assim acomodar a rentabilidade inicialmente esperada.

ALMADA HISTÓRICA

Aguardamos o despacho do PIP por parte da CM Almada.

SETÚBAL_ARRÁBIDA

O Parque Natural da Serra da Arrábida ainda não respondeu ao pedido efetuado. Sem prejuízo do processo de alteração de uso, submetido junto da CM Setúbal, o imóvel está a ser comercializado nas condições atuais e no estado em que se encontra.

PORTAS DO MONTIJO

A promitente compradora não compareceu na escritura. A não comparência foi certificada e a promitente compradora notificada. Iniciámos contatos junto de promotores de forma a concluir o projeto.

COMBATENTES 54

A CM Setúbal ainda não aprovou o estudo arqueológico, de forma a se poder concluir o projeto e sem comprometer a rentabilidade, existindo interessados que aguardam a aprovação.

VFX 47

O promitente comprador tem pendências para a realização de escrituras devido a atrasos na emissão de documentação necessária para o efeito, a realização dessas escrituras irá permitir a conclusão do projeto. Apontamos para o início do ano a realização das escrituras e conclusão do projeto.

VINHA DA ENCARNAÇÃO II

Estamos em negociações com o promitente vendedor de forma a concluir o projeto.

ESTRADA PALMELA B

Estamos em negociações com o promitente comprador de forma a concluir o projeto.

ALMIRANTE REIS 1

A obra está na sua fase final e foi solicitado à Câmara Municipal todos os documentos necessários para a conclusão do projeto, continuam a surgir interessados para a aquisição dos apartamentos.

SERPA PINTO 157

Existe já comprador e a conclusão do projeto está agendada para a primeira quinzena de janeiro.

MOITA II

Continua a decorrer a ação de contencioso. Foi solicitado arresto do imóvel, com a ação a prosseguir para tribunal.

ESTORIL 10

O arquiteto está a desenvolver o projeto de forma a ser submetido na CM Cascais e em articulação com o projeto “ESTORIL II”.

TWIN TOWERS

Projeto a decorrer dentro do previsto.

ESTORIL II

O arquiteto está a desenvolver o projeto de forma a ser submetido na CM Cascais e em articulação com o projeto “ESTORIL 10”.

 

ii. Conquistas

Conclusão do projeto: VILA VIÇOSA 2


VILA VIÇOSA 2

Capital 110.000€ | 15 Membros

Concretizado 13
Meses
12,96%
TR Período
11,96%
TIR Anual
Projetado 12
Meses
11,96%
TR Período
11,96%
TIR Anual

 


 

TODOS CONTAM

"CIDADE - A VIDA NO ESPAÇO PÚBLICO"

A vida existente no espaço público não consiste apenas no tráfego pedonal nem nas atividades recreativas e sociais. A vida entre edifícios diz respeito a todo o leque de atividades que combinadas dão origem a espaços comuns e residenciais de qualidade (Gehl, 2006, p.14).

Deyan Sudjic refere-se à configuração da cidade com base nas relações entre as ambições pessoais e os pesos políticos e legislativos. Esta é moldada por um conjunto vasto de factores como por exemplo a gestão dos recursos hídricos, as políticas económicas, o planeamento dos transportes mas também a criação de espaços públicos capazes de oferecer aos cidadãos locais propícios para passar o tempo (2019, p.189-190). Espaços bem desenhados, cuidados e com boa circulação estimulam nos habitantes sentimentos de bem estar, e fazem com que estes se sintam parte de algo compartilhado com o resto da cidade (2019, p.244). Jan Gehl afirma que “Estar entre outros, ver e ouvir outros, receber impulsos de outros, implica experiências positivas e alternativas a estar-se sozinhos.” (2006, p.17). Para o autor a simples possibilidade de encontrarmos vizinhos ou colegas durante os percursos diários oferece uma oportunidade para se estabelecerem relações com conhecidos de uma maneira mais relaxada (2006, p.17). Quando circulamos no meio de outras pessoas, nenhum instante é similar ao anterior ou seguinte. A nossa experiência sensitiva é completamente díspar por comparação com os momentos em que nos movemos entre edifícios e objetos inanimados (2006, p.21). Ruas com vivacidade sugerem que a cidade se encontra em boa forma - em que os medos dão lugar ao otimismo em relação ao que esta pode oferecer aos cidadãos (Sudjic, 2019, p.235). Assim, a criação de cidades vivas ou moribundas, de padrões de atividades no exterior ou da existência de melhores condições para que estas aconteçam está sob a dependência das decisões de planeamento urbano (Gehl, 2006, p.31).

Adicionalmente, para projetar ambientes citadinos sustentáveis, é necessário ter uma noção holística de quem são as pessoas para as quais estamos a construir. (Heywood, 2017, p.6-7). O autor reforça esta afirmação, acrescentando que para projetar o ambiente da cidade, existe uma obrigatoriedade ética para com os recursos do planeta e a nossa pegada ecológica (2017, p.10). Em pontas opostas do planeamento e desenho urbano, deparamo-nos por um lado com cidades assentes em blocos de prédios, estacionamentos subterrâneos e elevado tráfego automóvel - onde todas as suas funções e serviços encontram-se por norma distantes. Neste grupo podemos incluir várias cidades na América do Norte e cidades europeias ditas “modernizadas”. Na extremidade oposta assinalamos cidades com regimes de edifícios rasteiros e pouco espaçados, preocupadas em providenciar zonas para tráfego pedonal e áreas para permanência ao longo das ruas conectadas aos edifícios e residências (Gehl, 2006, p.31).

Huw Heywood sugere que o ambiente em que vivemos não assenta apenas na nossa habitação, mas sim nas escalas do edifício, local e global (2017, p.24). A construção de estruturas sociais e físicas nas cidades, com espaços comuns para os habitantes, permitem a movimentação de pessoas e espaços em direção a áreas maiores, ou seja, de espaços mais privados para locais gradualmente mais públicos. Este fator oferece um maior sentimento de segurança e de pertença para com zonas exteriores às residências privadas (Gehl, 2006, p.59). Gehl, menciona que se os espaços públicos das cidades, nomeadamente em torno das áreas residenciais, forem convidativos e de fácil acesso, irão cativar as pessoas a deslocarem-se do seu ambiente privado em direção à esfera pública (2006, p.113). Na opinião de Huw Heywood, a natureza deve representar o ponto de partida para a construção do espaço público - permitir que as forças da natureza, o clima e o lugar moldem as formas do (re)desenvolvimento citadino (2017, p.188).

Francisco Ramos, Prof. Universidade do Algarve, Consultor de Design e Marketing


 

AGENDA DO MÊS

Dezembro 2024

QUINZENA EVENTO
  • Lançamento de novo projeto à subscrição dos membros
  • Nada a assinalar